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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


21/2/2013 às 16h37

Polícia faz reconstituição de assassinato em restaurante do Guarujá; vítima faria aniversário hoje

Turista foi morto pelo dono do estabelecimento durante uma discussão pelo valor da conta

A polícia do Guarujá estava realizando, por volta das 16h desta quinta-feira (21), a reconstituição do assassinato do estudante Mário dos Santos Sampaio, de 22 anos, na noite de 31 de dezembro de 2012, durante uma briga em um restaurante, na praia da Enseada. O jovem, que tinha 22 anos, faria aniversário hoje. O motivo da discussão teria sido uma diferença de R$ 7 na conta.
O dono do estabelecimento José Adão Pereira dos Passos, de 55 anos, e o filho dele, Diego Souza Passos, de 22 anos, acusados do crime, estavam presentes na reconstituição. Porém, eles teriam recebido orientações do advogado para ficar calados e não participar.
O pai da vítima, Renato Sampaio, chorou ao falar que o filho faria 23 anos nesta quinta-feira. Ele estava no local para acompanhar o trabalho da polícia, mas afirmou que não queria ver a reconstituição do crime, porque "não há nada mais doloroso do que ele já passou".

Os primeiros a chegar no restaurante onde ocorreu o crime foram os funcionários, cerca de seis. Depois chegaram os amigos e namorada da vítima e, por último, os acusados. Luiz Carlos Justino, advogado dos Passos, voltou a afirmar que os acusados cometeram o crime em legítima defesa, porque Sampaio estaria tentando atacar Diego.

A primeira versão apresentada na reconstituição da polícia foi da namorada e dos amigos. Por volta das 16h, os funcionários faziam a reconstituição deles.

Relembre

Pai e filho, além de um garçom do restaurante, foram denunciados à Justiça no dia 1º deste mês. Na versão da polícia, José Adão esfaqueou o rapaz pelas costas enquanto ele ligava para a PM. O dono do restaurante teve a ajuda do filho, que era gerente do local e retirou os equipamentos que armazenam as imagens das câmeras de segurança. O garçom Robinson de Jesus Lima, de 44 anos, foi quem entregou a faca usada no crime. Ele teve a prisão decretada, mas está foragido.

Os amigos e a namorada de Mário, que estavam junto com ele na noite do assassinato, também participarão da reconstituição desta quinta-feira, além de outras testemunhas. Parentes da vítima também vão comparecer.
No despacho, a juíza Carla Bonis argumentou que “trata-se, em tese, de crime de homicídio praticado por motivo fútil, com pluralidade de agentes e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, uma vez que os golpes foram desferidos pelas costas”.
Ela ainda determinou que os réus aguardem presos ao julgamento. A defesa deles também pediu para que o processo fosse colocado em segredo de Justiça, o que foi negado pela magistrada por falta de amparo legal.
A morte
O estudante, que morava em Campinas, no interior de São Paulo, tinha ido ao Guarujá para passar o Ano-Novo, com amigos e a namorada. A discussão aconteceu porque ele questionou o valor da refeição, R$ 19,99, anunciada por R$ 12,99. Segundo Diego, o preço menor era cobrado antes das 18h e eram 19h. 
Apesar de estar a menos de 200 m de uma base da Polícia Militar, o rapaz teria ligado para o 190 durante a discussão. Foi nesse momento, segundo o inquérito, que ele foi esfaqueado pelas costas.

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