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sábado, 9 de março de 2013


  atualizado às 20h55

Primeiras eleições da era pós-Chávez serão realizadas em 14 de abril


As eleições para substituir o presidente venezuelano Hugo Chávez, morto na última terça-feira, serão realizadas no próximo dia 14 de abril, um domingo, com uma campanha eleitoral de apenas 10 dias.
"Convocamos a eleição presidencial para o dia 14 de abril de 2013", anunciou neste sábado a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena.
A campanha eleitoral acontecerá de 2 a 11 de abril, e as candidaturas serão apresentadas entre amanhã e segunda-feira, informou Tibisay, acrescentando que as eleições municipais de julho foram "suspensas" até nova data.
"As eleições convocadas para 14 de abril são perfeitamente realizáveis", afirmou a presidente do CNE, citando "a solidez" do sistema eleitoral venezuelano.
Minutos depois, a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciou que participará das eleições "unida", e que propôs a Henrique Capriles ser seu candidato.
"Decidimos, por unanimidade, oferecer a candidatura presidencial da Unidade àquele que foi nosso candidato nas eleições presidenciais recentes", anunciou o secretário executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo.
Capriles, 40, que perdeu as eleições de outubro passado, em que Chávez conquistou um terceiro mandato, publicou minutos depois, em sua conta no Twitter, que anunciaria sua decisão nas próximas horas, e agradeceu à MUD.
"Todos reconhecemos em Henrique Capriles Radonski a pessoa para representar esta opção da alternativa de mudança", disse Aveledo.
As eleições serão realizadas um dia depois do Dia da Dignidade Nacional, que comemora o retorno de Chávez ao poder após o golpe de Estado de 11 de abril de 2002.
O CNE terá organizado, em seis meses, três eleições de nível nacional: as presidenciais de 7 de outubro, vencidas por Chávez; as regionais de 16 de dezembro, em que o oficialismo ganhou 20 dos 23 governos; e as de 14 de abril.
Há três semanas, o instituto de pesquisas Hinterlaces estimou que Nicolás Maduro derrotaria Capriles por 14 pontos em uma eventual eleição presidencial.
Maduro tomou posse nesta sexta-feira como presidente interino da Venezuela, pedindo a convocação imediata de eleições e nomeando Jorge Arreaza, genro de Hugo Chávez, vice-presidente.
"Juro, em nome da lealdade mais absoluta ao comandante Hugo Chávez, que cumpriremos, que faremos cumprir esta Constituição bolivariana com a mão dura de um povo disposto a ser livre", disse Maduro diante do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, em uma cerimônia transmitida em rede nacional de rádio e TV.
"Chávez continua governando através de Maduro", afirmou o ex-vice-presidente e figura influente do chavismo José Vicente Rangel, uma mensagem que ecoa em todo o oficialismo.
"O chavismo continua, já é uma ideologia. Não seguiremos agora um 'madurismo', é o chavismo que continua com Maduro", disse à AFP Omaira Salazar, 64, uma entre as centenas de milhares de pessoas que aguardavam na fila para ver o corpo de Chávez na Academia Militar.
Quatro dias após a morte do presidente, vestidos de vermelho e agitando bandeiras da Venezuela, simpatizantes de Chávez continuavam aguardando horas para passar em frente a seu caixão, que permanecerá na capela ardente até o fim da próxima semana.
"Obrigada por preencherem um pouco este imenso vazio! Todo o meu amor para vocês!", publicou no Twitter María Gabriela, filha de Chávez.
O corpo, embalsamado, ficará exposto no antigo forte de Caracas, onde, em 4 de fevereiro de 1992, Chávez lançou seu golpe de Estado fracassado, considerado o início da "revolução bolivariana". O "comandante presidente" já começa a ser chamado de "líder supremo".

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